sexta-feira, 8 de maio de 2009

TERAPIAS NATURAIS

De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, “ “A Medicina Tradicional” é um termo amplamente utilizado para referir-se tanto aos sistemas de Medicina Tradicional, como por exemplo a medicina tradicional chinesa, a ayurveda hindú e a medicina unani árabe, como às diversas formas de medicina indígena.
As terapias da Medicina Tradicional incluem terapias com medicação, à base de ervas, partes de animais e/ou minerais, e terapias sem medicação. Realizam-se principalmente sem o uso de medicação, como no caso da acupunctura, das terapias manuais e das terapias espirituais.
Nos países onde o sistema de saúde dominante se baseia na medicina alopática, ou onde a Medicina Tradicional não foi incorporada no sistema sanitário nacional, a Medicina Tradicional classifica-se como medicina “complementar”, alternativa” ou “não convencional”.”

Em Portugal são consideradas como Terapias Alternativas, e já existem várias associações de classe e escolas devidamente organizadas que regulamentam o exercício da profissão e do profissional. Embora nenhum profissional sério e digno de ser chamado terapeuta coloque o seu cliente na posição de ter que escolher um método ou outro, podem haver casos disto. E se por ventura isto acontecer, descarte imediatamente este profissional e o denuncie na sua entidade de classe. Isto é um favor que o leitor faz não só a si, mas a própria classe de profissionais que têm se movimentado de forma clara e legal para exercer a sua profissão dignamente e de forma correta.

Todos os tipos de terapias são integrativas e poder ser realizadas em simultâneo, inclusive com o acompanhamento de um médico de Medicina Contemporânea/Alopática.
É importante ficar claro para qualquer pessoa que ainda desconheça o uso das Terapias Complementares, que em muitos países o trabalho conjunto já acontece entre as diferentes de formas de tratar uma pessoa, e isto implica numa sinergia de ferramentas com um objetivo comum: curar e ou tratar uma pessoa como um todo.
Cada profissional estudou e se tornou capacitado na sua área, portanto um não inválida o outro, e todos são necessários nas suas especialidades.

Dentro das diferentes formas de tratamentos as mais conhecidas e praticadas em cá enquanto Medicina Tradicional são: Naturopatia, Homeopatia, Osteopatia, Acupunctura, Massagem Ayurvédica, Shiatsu, Tui Na e etc. Na área de terapias espirituais ou energéticas, temos: Reiki, Bioergonomia, Kineciologia, Sacro-craniana, Programação Neurolinguistica (PNL) e Meditação…
O que constitui o ponto de ligação entre as terapias complementares é o fato delas olharem para a pessoa como um todo, holisticamente, e não colocar a doença de forma separada. Ou seja, um sintoma físico existe e deve ser tratado, mas o aspecto emocional, mental e até espiritual também são observados e considerados num tratamento. Pois muitas são as vezes onde a raiz do problema está numa forma equivocada de viver que persistiu por tempo demais e passou a afectar o físico.

Nos últimos anos viu-se um crescimento no número de pessoas a utilizarem os medicamentos naturais, a fazerem tratamentos naturais acompanhados de um profissional ou por curiosidade.
Um profissional quando sugere um determinado produto sabe onde quer chegar com ele no seu cliente, e as possibilidades de crises de cura que este ou aquele produto pode gerar durante o tratamento. Entenda-se por crise de cura, reacções que podem acontecer pelo uso de determinados produtos. E neste caso como também na medicina alopatica a auto-medicação é totalmente desaconselhada.
Um remédio que pode ser bom para o indivíduo A e pode ter um efeito bem adverso no indivíduo B. Por isto numa consulta o terapeuta faz tantas perguntas sobre a maneira de ser do cliente, o que come, como dorme, como foi a sua gestação e nascimento, problemas de infância e não só. Quanto mais soubermos do cliente mais fácil se torna saber as motivações das suas mazelas, doenças, e com isto a escolha do melhor tratamento que pode envolver uma ou mais terapias.
As Terapias Complementares se mantêm ao longo das várias gerações porque são eficazes e pouco onerosas. Mas como tudo na vida é preciso informar-se não só sobre as terapias, mas em especial sobre o terapeuta em questão.
O descrédito por parte de algumas pessoas pode acontecer pela ignorância mas também devido a más experiências anteriores.

Quando for fazer uma consulta, lembre-se de informar-se sobre o terapeuta junto as associações de classe como por exemplo: FENAMAN, APH, SALVA; procure junto as pessoas que são de sua confiança uma indicação de profissional e nunca em momento algum deixe de se consultar ou ser seguido pelo seu médico de família ou especialidade.

Nas próximas edições vamos abordar cada uma das terapias de forma mais profunda para que o leitor possa conhecer melhor a forma de actuar de cada uma e escolher a que melhor encaixa-se na sua forma de ser e estar na vida.
Lembre-se contudo de manter o bom senso em tudo o que lê, vê e ouve.

Jaqueline Reyes N.D.
Naturopata Homeopata

(FENAMAN –Céd. Prof. – 567
ANQ – 2226
)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

PSICOLOGIA DO SER...



“É estranho…”


Eis uma das respostas mais frequentes quando após uma avaliação de personalidade pergunto “Como se sentiu?”. “O que achou?”.
De repente quando estava a pensar sobre o que iria partilhar, ocorreu-me este exemplo centrando-me na palavra estranho. É uma palavra engraçada, pensei, relaciona-se com uma emoção, um sentimento que a dado momento não se consegue verbalizar, tem a ver com um certo “caos mental” que nos impede de clarificar e denominar um juízo.
Angústia ao estranho é a reacção comportamental que o bebé por volta dos 8 meses desencadeia perante rostos estranhos (chorando e não querendo estar próximo), mecanismo de defesa e protecção baseado nos referenciais de tranquilização e bem estar que associou aos rostos familiares representativos de satisfação.
Após estas duas constatações cheguei a uma primeira conclusão: “estranho”, pode representar em certa medida uma resposta defensiva, uma protecção que visa afastar conteúdos mentais que nos angustiam. Partindo desta premissa, atrevo-me a dizer que em determinadas fases da nossa vida parece que recorremos ao reportório defensivo dos bebés, mas de uma forma ainda mais restritiva: o problema é que os estranhos somos nós perante o nosso “eu interno”, o âmago da nossa existência emocional. Precisamos de ajuda tal como os bebés para nos conseguirmos regular, orientar e resolver o caos que se instalou.
Perante um choque emocional, “uma fase má”, o momento é mesmo de estranheza, de negação perante a desarticulação mental que experimentamos. Depois vem a palavra (a capacidade de verbalizar o vazio sentido, assim como no bebé quando começa a dizer o “não”), e com este meio surge a possibilidade de dar nome, consistência emocional ao estranho, neutralizando a sua carga de angústia: Então uma nova ordem emocional se estrutura lentamente……no final estaremos com certeza mais fortes.

“Enfim em certos momentos todos nos sentimos estranhos…”.
Até uma próxima…


Cláudia Duarte (Psicóloga Clínica)